quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Sem lírios, chama e esperança


Abri a porta devagar, mas não entrei, deixei que a luz entrasse primeiro. Então se formou um breve caminho luminoso no chão da sala. Minhas mãos, às cegas, apalpavam a parede a procura do interruptor. E quando o encontrei, a luz da lâmpada incandescente ofuscou-me os olhos.
Aos poucos deixei a luminosidade invadir meu campo de visão. Observei os móveis, tudo tão familiar e tão diferente.
– O tempo realmente passou rápido demais!- exclamei em pensamento, pois parece que foi ontem a ultima vez que estive aqui. Isso é um mero engano! Já se passaram quinze anos.
Os móveis estavam todos empoeirados, as paredes, antes branquíssimas, agora amareladas pelas infiltrações, e os vasos estavam sem flores. Esse último item chocou-me ferozmente, o vaso estava sem flores...
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