Abri a porta devagar,
mas não entrei, deixei que a luz entrasse primeiro. Então se formou um breve
caminho luminoso no chão da sala. Minhas mãos, às cegas, apalpavam a parede a
procura do interruptor. E quando o encontrei, a luz da lâmpada incandescente
ofuscou-me os olhos.
Aos poucos deixei a
luminosidade invadir meu campo de visão. Observei os móveis, tudo tão familiar
e tão diferente.
– O tempo realmente passou rápido
demais!- exclamei em pensamento, pois parece que foi ontem a ultima vez que
estive aqui. Isso é um mero engano! Já se passaram quinze anos.
Os móveis estavam todos
empoeirados, as paredes, antes branquíssimas, agora amareladas pelas
infiltrações, e os vasos estavam sem flores. Esse último item chocou-me
ferozmente, o vaso estava sem flores...