segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Ma Vie


Não sei como consegui chegar aqui
Só sei que cheguei
E como não sei o caminho que me trouxe
Não sei como voltar
Então, fico presa ao passado
Esperando que o presente me transporte para o outro lado
E lá
Diferente de aqui
Existem estrelas
Existem sonhos
Onde, quem sabe, enfim
Eu possa viver...


MS:.

Escrito em 26.06.10


domingo, 16 de outubro de 2016

Monologo

Pergunto-me para onde foram minhas palavras...
Aquelas que outrora te enchiam os ouvidos.
Hora palavras de amor,
Hora desamor,
Onde elas estão?
No sopro de vida que ainda me resta, 
Será que voltarão?
Ou simplesmente elas bateram asas 
e voaram através da imensidão?
E assim, repousam no lugar onde todas as palavras nascem...
Onde todas as palavras morrem.
Restando apenas o pó daquele amor, 
de todo aquele amor que durante anos tentei te falar,
Num monologo sem fim...
Pergunto-me se um dia, 
apenas uma única vez, você ouviu,
Ouviu?
Perguntou-me o que eu quero, respondi: Você
Perguntou-me o que eu espero de você, respondi: Tudo
Perguntou-me o que eu espero da vida, respondi: Nada
Não há mais nada para esperar...
As minhas palavras são as pétalas arrancadas das flores no jogo de 
"bem me quer, mal me quer"...
E agora, o vento as levou para brincar... 
para longe de mim...


MS


segunda-feira, 2 de maio de 2016

Quando ela me deixou

- Não te amo mais... – Foram essas as últimas palavras que ouvi quando ela me deixou, restando apenas um eco agudo do cachorro que latia na vizinhança, aquele latido que mais parece um grito de apelo.
Foi assim quando ela me deixou, deixando para trás o seu cheiro pelas paredes da minha casa, ainda algumas peças de roupas e seus porta retratos espalhados pela sala.
Na noite em que ela me deixou estava fazendo frio, mesmo assim eu suava demasiadamente pelo desespero por ela ter me deixado. Após o estrondo que a porta fez ao fechar, eu fiquei para trás, encostando as costas na porta e sentando no chão, então, abracei meu corpo ficando em posição fetal como uma forma de proteção, onde nenhum mal pudesse me atingir.
Quando ela me deixou não consegui chorar, ela não levou meus LPs de rock, nem minha coleção de quadrinhos. Ela levou apenas ela própria, levou seu corpo quente, sua respiração suave e suas palavras doces, levou sua mania de tomar chá antes de dormir, levou o seu mau humor matinal, levou também seu sorriso quando eu falava bobagens.
Não consegui dormir no dia em que ela me deixou. Fiquei remoendo suas últimas palavras e durante a noite inteira, tentei entender quando ela deixou de me amar. Pensava, pensava e pensava, até que sem forças e sem respostas, no chão da sala, no tapete surrado ao pé da porta, o sol começou a agredir meu rosto, sol já alto e forte, e pensei: - Puta que pariu, preciso ir para o trabalho.

sábado, 23 de abril de 2016

Enquanto todos dormem... [A culpa foi sua...]

Boa noite galera! Provavelmente nosso melhor texto em parceria. Obrigada minha amiga
corujinha Vivian Yokoo.
Então vamos lá.......



                Era sábado à noite e eu estava me arrumando para sair com ele, estava tão feliz! Finalmente havia conhecido um rapaz tão carinhoso, educado, inteligente, às vezes um pouco ciumento, mas até acho normal possuir um pouco de ciúmes quando a gente gosta de alguém, também sinto um pouco de ciúmes dele, ele é tão lindo!
Eu havia comprado um vestido novo e iria usá-lo hoje, o vestido era um pouco acima dos joelhos, o calor estava castigando esse ano, e a tarde fui ao salão fazer as unhas. Hoje era nosso quinto encontro, em todas as vezes que saímos ele mostrou ser tudo aquilo que eu sempre sonhei em um homem, no fundo do meu coração eu tinha esperança que hoje ele me pedisse em namoro, então, queria está bonita para isso.
Tenho 20 anos e nunca tive muitos namorados, na verdade não tive nenhum namoro sério. Tenho alguns traumas quanto a isso. Quando eu era criança titia e sua família costumavam ir passar às férias lá em casa, quando ainda morávamos no interior da cidade, eram titia, titio e meus dois priminhos gêmeos. Numa dessas visitas, quando eu tinha seis anos, titio estava estranho, sempre me rodeando, querendo brincar comigo e me pegando no colo, não que das outras vezes ele não brincasse comigo, porém dessa vez ele estava muito mais empenhado, até que comecei a perceber que ele estava se aproveitando das brincadeiras para me tocar.

terça-feira, 22 de março de 2016

Enquanto todos dormem... [Terceira parte]

E agora a terceira parte do nosso conto, cada postagem fico mais e mais feliz :) Parceria com a querida amiga Vivian Yokoo, do blog Cada livro uma paixão [link], ficando cada vez melhor, obrigada amiga! Então vamos lá...


Insônia

02:00 – 03:00

domingo, 13 de março de 2016

Regardez-moi


Respiro o perfume doce das minhas fantasias
Saboreando cada sabor em seu corpo
Deliciando-me com cada gesto seu
Agregando-me aos seus apelos e desejos
Sufocando a consciência
e afagando os ímpetos
Mergulho no ritmo de sua respiração
e ponho-me a dançar a sua canção
Como estrelas aninhando-se no céu
ao cair da noite
Aqueço-me no seu calor
Onde não existe o frio
Onde não existe a dor
E perco-me em meus próprios pensamentos
Suplicando o entendimento
Dilacerando os sentimentos
Alimento-me de seus lábios
Vejo através de seus olhos
 A perfeita cor da existência
Onde o mundo não tem vez
São apenas as sobras...
O que restou
Da plenitude de sua essência
Do universo que é você
e do desespero de meu ser
ao contar cada segundo
o momento em que vou te ver
...

MS

Enquanto todos dormem... [Segunda parte]

Boa noite, lembram do nosso conto, Insônia? Então, essa é a segunda parte da nossa estória, escrita por mim e pela minha amiga corujinha Vivian Yokoo do blog cada livro uma paixão [link].
E vamos lá...


Insônia
01:00 – 02:00

sexta-feira, 4 de março de 2016

Enquanto todos dormem... [Primeira parte]


Sim, enquanto todos dormiam eu ficava na minha insônia perdida entre livros e escritos, até que um dia encontrei alguém para me fazer companhia nessa história de ser coruja. Seu nome é Vivian Yokoo do blog cada livro uma paixão [link] e depois de tantas noites não dormidas uma amizade linda nasceu.
Vivian é uma mulher incrível, dessas que tem o poder para mudar o mundo. É extremamente forte e suporta as dores sempre com um sorriso lindo no rosto. É sincera, não tem medo de dizer a verdade e isso é admirável, também não tem medo de enfrentar a vida. Já entendeu que a vida não é fácil, que precisamos lutar com afinco e nunca desistir dos nossos sonhos. 
Vivian passou a maior parte da sua vida no Japão e tem milhares de histórias para contar, sempre amo ouvir, imaginando cada cena. E mesmo na correria do dia a dia, Vivian nunca se nega e me ensinar um pouquinho de japonês, seja a língua, seja  a cultura, seja as curiosidades, ela sempre tá ali me explicando e respondendo minhas perguntas, obrigada por isso.
obrigada também por ouvir minhas histórias, pelos conselhos e pela força. E por fim, obrigada pelo convite de escrevermos juntas.
O texto surgiu tão naturalmente que numa simples conversa habitual  ele nasceu e foi se desenrolando numa maneira tão divertida que parecia que estávamos brincando, eu simplesmente adorei.
Obrigada minha amiga corujinha :) 
Foi um imenso prazer criar esse texto com você, primeiro de muitos que virão...
E para conhecer mais um pouco sobre Vivian é só passar pelo blog dela [link] e lá vamos nós...




Insônia

00:00 – 01:00

domingo, 31 de janeiro de 2016

[Tag] Frases de mãe

Coucou!




Hoje o post é bem divertido, pois fui marcada numa TAG muito legal pelo blog da Laila Kelly belasterapias, me diverti respondendo.

Então, vamos as regras:


1.Mencionar e linkar os blogueiros que criaram a TAG : Taty Salazar, do Coleções Literárias, e Marcio Silva, do Um Baixinho nos Livros;

2.Indicar 5 blogs para responder a TAG;  

3.Colocar a imagem do post. Link aqui.


Agora minhas respostas: 



domingo, 24 de janeiro de 2016

Naquele dia [apaixone-se]

Olá, hoje a publicação é muito importante e especial. Trata-se de uma narrativa escrita por mim e por Flávio Ferreira do blog O corvo e o Carcará [link], uma parceria que deu certo, pois o resultado me deixou muito orgulhosa. Flávio é uma pessoa admirável, tanto profissionalmente como ser humano. Escreve lindamente, de forma singular, simples e ao mesmo tempo avassaladora, como se brotasse da alma.
Obrigada Flávio! Obrigada pelo convite, pelas críticas literárias, por compartilhar comigo seus escritos, nunca canso de lê-los. Sei que já disse mil vezes, porém repito: sou sua fã.
Obrigada!

E vamos esperar pelos novos escritos...

Naquele dia


Ele

Quando ele acordou naquela manhã logo procurou planejar suas palavras, ações e reações, criar momentos favoráveis que os levassem a um momento sublime e ainda sentia os efeitos do despertar quando percebeu que isso é impossível, não se cria momentos inesquecíveis, eles acontecem com quem espera milagres.

Aliás, quando ele acordou pela manhã jamais poderia imaginar que seu dia não teria 24 horas, como todos os outros da sua vida, jamais poderia imaginar que um gesto, que para tantos é banal, seria radiante o suficiente para quebrar paradigmas temporais.

Naquela manhã não poderia imaginar qual o real sentido de um mar de sentimentos invadindo o pequeno cais do seu coração, nem como poderia ser um tufão de emoções destruindo o pequeno e frágil forte que protegia sua razão.

Sendo assim, ele não imaginava que aquela seria a sua última manhã, pois o homem que despertaria no outro dia seria outro completamente diferente.

E ainda amanhecia o dia...


Ela

Despertou calmamente com as imagens desfazendo-se aos poucos perante seus olhos. Ela sabia que não era simplesmente um sonho, e sim seus tão imaginados desejos que insistiam em ocupar-lhe a mente.

Respirou a poeira do sol que entrava pela fresta da janela de seu quarto. Sentiu um nó na garganta ao perceber que o coração ainda doía. Quando ela acordou naquela manhã tinha a ilusão de que ao dormir poderia amanhecer sem a dor, porém sentiu a saudade, aquela saudade que sufoca, pois era a saudade de algo que ela nunca viveu.

Olhou para o pequeno porta-retrato em seu criado mudo ao lado da cama, era uma fotografia dele, uma fotografia roubada, um doce segredo que ela guardava. Perdeu a noção de quanto tempo ficou sentada na cama observando cada detalhe dele, guardando a imagem em sua retina, pois em seu coração ele habitava há tempos.

Naquela manhã ela acordou e percebeu que era um redemoinho, onde girava e girava sem parar todas as suas dores, todos os seus sorrisos, todos os seus desejos, engolindo-a para dentro de si própria.

Assustou-se com o toque de seu aparelho celular, era o despertador, lembrando-a dos compromissos que tinha naquele dia. Ela desligou o alarme, visualizou as horas, espreguiçou-se estalando as costas antes de levantar da cama, e mesmo sem saber, já não era mais a mesma mulher.

E ainda amanhecia o dia...


Ele

Tudo o que foi pensado, feito e dito naquele dia concorreu para que o cume fosse com determinado desfecho, e o dia não acabaria enquanto a escalada não chegasse ao fim, que nada mais era, do que um início.

Os mais belos momentos de nossas vidas, chegam em escalas, muitas vezes parecem surpresa aos nossos olhos humanamente depressores, mas são na verdade construídos por almas que já estavam unidas muito antes dos corpos, e naquele dia ele era avisado de cada escala daquela viagem até que seus olhos puderam cruzar com os olhos do desejo ardente de seu coração: ela chegou...


Ela

Olhou para o relógio no seu pulso e reclamou internamente das horas. Cada segundo era uma infinidade de tempo que estava longe dele. A ansiedade intensa a fazia gritar em plenos pulmões preenchendo todo aquele silêncio da espera. Naquele dia ela era mais turbulências que todas as aeronaves do mundo.

Sufocou-se com seus gritos inaudíveis e uma lágrima surgiu no mesmo instante que brotou um pensamento, pensamento esse que a feriu como um espinho, e se ele não viesse ao seu encontro.

No entanto, mesmo o dia encontrando-se em seu fim, onde a noite tentava engolir os últimos raios de sol, ela iluminou-se devido o desejo ardente de seu coração: ele chegou...


Então, veio o silêncio e fez-se a cena

Não há jogos, não há planos neste momento, o que existe são olhares, toques que descarregam uma energia imensamente grande, e que ainda assim eles tentam absorver para si, procuram desesperadamente ser essa energia, decifrá-la para que no futuro possam reproduzi-la sem erros.

Mas há um momento, um segundo em que o mundo simplesmente para de olhá-los e passa a contemplá-los extasiado. É o momento! Seus olhares se cruzam e surgem os sorrisos, pois ele sabia no que ela estava pensando, e ela, sabia que ele sabia. Na verdade, eles são incapazes de esconder qualquer coisa um do outro, basta um olhar e a conversa já foi travada, o segredo já revelado e a omissão completamente desfeita.

O beijo

E chegou o momento! Aquele momento transbordante onde as palavras sucumbem, os gestos não bastam para expressar o que está em si, seus olhares fixos e de pupilas dilatas revelam um ao outro que nada mais pode ser contra, e a entrega ocorre através de um verso simples, mas complexo, onde apenas seus lábios poderiam criar a rima.

No caminho do encontro dos lábios desejosos, seus corações cessam todas as atividades, mas, no encontro único, consumado num beijo tão desejado, o mesmo coração volta a bater, porém com uma diástole que parece querer lançá-lo para fora do peito dele ao encontro do coração dela.

Eles percebem nesse momento que mais do que os lábios, os corações também se beijam naquele instante, neste encontro se fazem um pela primeira vez, quando os lábios buscam um ao outro num desfecho pacífico, mas avassalador, eles percebem que era exatamente ali que desejavam estar, não o lugar em si, mas sim, a maneira: um no outro e outro no um.




Por

Maina Salén e  Flávio Ferreira [link] 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Se puderes...

Se puderes segurar minhas mãos e afagá-las
Enxugar minhas lágrimas e roubar-me um sorriso
Eu te olharia com olhos de gratidão
E desfolharia as tristezas que carregas contigo

Se puderes acalmar-me a alma num simples abraço
Calar-me os lábios com as pontas dos dedos 
fazendo-me esquecer os meus anseios
Eu te olharia cheia de desejos
E transbordaria de mim os mais doces suspiros

Se puderes arrancar de mim todos os meus segredos
Despindo-me do passado que outrora me sufocava
Eu te daria minha pele
Para te cobrir e aquecer nas noites frias

Se puderes comigo admirar a lua
Brincar de contar estrelas e rir das minhas brincadeiras tolas
Eu te levaria comigo para a chuva
Para que as gotas possam lavar os seus cabelos

Se puderes me levar para ver o mar
Sentir comigo a brisa 
e deixar as ondas molharem nossos pés
Eu beijaria seu rosto como se fosse o primeiro raio de sol 
depois de um tórrido inverno

Se puderes fazer de mim um poema,
onde cada verso me versa
Eu me versaria também no teu ser
Para juntos sermos um...

Um rio que corre e deságua no mar...

No mar dos desamores
dos temores
dos desejos
E formar aquele tão sonhado beijo
que nunca poderemos ter...

MS






sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

A espera...

Lá fora a noite é um pulmão ofegante
O som ritmado que inspira e expira
É um dos poucos sons que consigo ouvir
Além do bater apressado do meu coração

Espero-te
A ânsia me consome
Meus dedos caminham sobre a mesa
Minhas pernas balançam
Onde estás?

Lá fora a noite ainda respira
Mas à medida que os segundos passam
Sinto que logo não farei o mesmo
Pois me falta o ar

Caminho de um lado para outro
Como um tigre enjaulado
Mexo nos bibelôs de vidro da sala de estar
Onde estás?

O telefone me parece tão ofegante quanto à noite
Devo ceder a tão vil tentação?
Não, a sociedade condenar-me ia

Apazíguo meus ânimos
E vou para a cozinha
Bebo algo com gelo
Degusto dado a contragosto

Espero-te!
Será que a noite está ficando sem ar tanto quanto eu?
Onde estás?

Já são nove, dez, onze, meia noite!
Ainda espero-te, mas meus olhos estão cerrados
Quando chegares ouvira injurias
Chegarás?

Quando já não posso mais ouvir os suspiros da noite
Tu chegas, na ponta dos pés
Finjo que durmo
Meu coração engrandece
Meu corpo treme e brada
Mas não abro os olhos até que chegues até mim

Quero perguntar onde estavas
Mas não tenho forças
Estou tão ofegante quanto à noite
Nada mais importa
Apenas teus lábios cálidos nos meus...


                                                                                                                                       MS
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